domingo, 25 de agosto de 2013

Nicholas Sparks, um guilty pleasure

Todos nós temos um guilty pleasure, ou se quisermos tentar não usar tantos estrangeirismos, um prazer culpado que é como quem diz algo que adoramos mas que ou temos vergonha de o admitir ou simplesmente não achamos que os outros mereçam tal partilha.

Sou sincera o meu guilty pleasure é do primeiro tipo, sei que muitos gostam mas por alguma razão acho sempre que me fica mal admiti-lo. Aqui vai, adoro ler Nicholas Sparks. Típico de uma mulher quarentona que decidiu agora que se calhar precisa de algo diferente quer experimentar um amor daquele “como no cinema”. Bem, não sou nenhuma quarentona e para um amor desses ainda tenho muito tempo mas por alguma razão existe sempre aquela altura em que me apetece ler um livro destes, que me faça rir, chorar, apaixonar, odiar, enfim tudo e mais alguma coisa. Basicamente nestes momentos acabo por me divertir e sentir um enorme prazer com desgraças alheias, nomeadamente mortes, cancro, amores perdidos, entre outras inúmeras catástrofes que as pobres das personagens do Sparks tendem a sofrer.

Não me entendam mal, a desgraça alheia não me dá qualquer tipo de diversão, e não é que o Nicholas Sparks seja o melhor escritor de sempre (Eça de Queiróz podia usar mais páginas, mas aquilo sim são desgraças familiares a sério), mas estes livros dão-me um certo conforto. Provavelmente nostalgia seria a melhor palavra para descrever o sentimento que me surge quando penso em pegar num livro deste senhor: primeiro, a minha mãe é fã incondicional dos seus romances (trágicos?); segundo, de certo modo sentimos nos sempre melhor quando a desgraça não é nossa; e terceira, há sempre alguma coisa que acaba bem. Um final (quase) feliz depois tanta desgraça dá-nos sempre aquele conforto: se calhar nem tudo é mau no final! Podem viver um amor louco e estar separado imensos anos, mas acabam por se encontrar no final; o meu pai pode morrer de cancro mas ainda deu tempo para fazer as pazes; entre outros inúmeros exemplos de infortúnios que acabam sempre muito melhor do que se esperava.



O que quero dizer com este palavreado todo é que ao ler Nicholas Sparks sei sempre um pouco do recebo em troca: um amor proibido, uma morte algures (ou algo quase fatal), uma doença trágica (o cancro é sempre uma boa aposta), normalmente algo passado no Verão perto da praia, e sempre um final minimamente feliz. De vez em quando é bom perdermos nos num livro assim, pode não ser tão profundo com Saramago ou tão misterioso como Murakami, mas é simples, fácil de ler sem ser preciso grandes reflexões mas que nos faz rir, chorar, apaixonar, odiar entre outros sentimentos puramente humanos.

JK

1 comentário:

  1. Olá,

    Por acaso já tive a minha fase deste escritor e ainda li vários livros do mesmo e gostei sempre. Raro foi o livro dele que não me comoveu e só não leio mais livros dele por falta de tempo mesmo e até tenho vários para ler.

    Bjs e boas leituras :D

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